PREVENÇÃO

Parceria entre Saúde e Unicamp busca crianças com esquema vacinal desatualizado

Prefeitura estima que 35 mil crianças entre 0 a 5 anos estejam nessa situação

Da Redação
24/04/2024 às 08:46.
Atualizado em 24/04/2024 às 08:46
A mãe Patricia Martins mostra a caderneta de vacinação atualizada do filho João Pedro, logo após ele receber o imunizante contra a gripe; adultos também podem colocar a imunização em dia nos centros de saúde (Kamá Ribeiro)

A mãe Patricia Martins mostra a caderneta de vacinação atualizada do filho João Pedro, logo após ele receber o imunizante contra a gripe; adultos também podem colocar a imunização em dia nos centros de saúde (Kamá Ribeiro)

A Secretaria de Saúde de Campinas iniciou uma parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp) para realizar a busca ativa de 35 mil crianças na faixa etária de 0 até 5 anos que estão com o esquema vacinal desatualizado, ou seja, com atraso na aplicação de alguma dose. A quantidade de crianças é uma estimativa da Pasta feita com base no sistema e-SUS APS, preenchido pelo município. O público-alvo representa 40% do total de crianças que tem entre 0 e 5 anos na cidade.

O apoio do Departamento de Pediatria da Unicamp ao Programa Municipal de Imunização, segundo informações da assessoria de imprensa da Saúde, se dá por meio de um projeto de extensão sob a supervisão da médica e professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp Roberta Vacari de Alcantara. Na prática, os participantes auxiliarão a Secretaria no contato com pais ou responsáveis pelas crianças para convocar para a vacinação. Em paralelo, eles também vão analisar os motivos pelos quais elas deixaram de receber as doses no momento em que elas deveriam ser aplicadas. Os estudantes da FCM entrarão em contato com os pais e ou responsáveis pela criança mediante uma lista disponibilizada pela Secretaria de Saúde. Eles fazem a orientação para as famílias procurarem pelos centros de saúde.

As doses mais atrasadas são a de reforço, principalmente a segunda. O início da mobilização será pela região que tem como referência o Centro de Saúde (CS) Taquaral, mas a expectativa é que moradores de todas as áreas sejam contemplados. 

“Trata-se de mais uma estratégia que busca resgatar crianças que possam estar sem as vacinas adequadas para a faixa etária e, dessa forma, suscetíveis a doenças que poderiam ser evitadas. Essa ação de busca ativa já é desenvolvida pelas equipes de todos os centros de saúde, mas o envolvimento de estudantes da área da saúde da Unicamp vai contribuir para o avanço nos contatos com os responsáveis”, destacou a coordenadora do Programa de Imunização em Campinas, Chaúla Vizelli.

CAMPANHA DE MULTIVACINAÇÃO

No mês de março, Campinas aderiu à Campanha de Multivacinação do Estado de São Paulo com foco nas doenças preveníveis nas escolas públicas de ensino infantil. Neste caso, o cruzamento de dados de crianças com esquemas faltosos de vacinação com os dados de matrículas da Secretaria de Educação é direcionado somente para crianças de até 5 anos nas escolas da rede municipal.

Esta campanha tem propósito de atualizar a cobertura para as doses contra: poliomielite, meningocóccica C conjugada, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), febre amarela, pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae B), HPV (entre 9 e 14 anos), meningocócica ACWY e covid-19.

A Saúde destaca que outros imunizantes voltados para crianças e adolescentes estão disponíveis. “Os centros de saúde têm doses disponíveis e as salas de vacinação funcionam normalmente, conforme horário de cada uma das 68 unidades básicas”, disse Chaúla ao ressaltar que adultos também podem colocar as cadernetas em dia, caso seja necessário. “A campanha é mais uma oportunidade de aumentar a cobertura vacinal, independente da forma de adesão”, explicou a coordenadora.

Os índices de cobertura em 2023 ficaram entre 80,4% e 102,2%, sendo que esse número inclui crianças de outras cidades imunizadas em Campinas.

Em 2022, a Prefeitura também fez uma busca ativa devido à baixa procura pelas vacinas do calendário básico. Naquele ano, a faixa etária era de 4 meses de idade a 15 anos incompletos. Na ocasião, o trabalho envolveu várias ações conjuntas, que incluíram inclusive ir até as casas para realizar a vacinação, telefonar e enviar mensagens via WhatsApp para os pais, além das campanhas de imunização em escolas e creches. Naquele ano, de acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Daiane Cristina Pereira Morato, a cobertura vacinal estava em torno de 70%, quando a meta é atingir 95%. 

Para receber a vacina contra a gripe, disponível para criança e outros grupos prioritários, não é preciso realizar qualquer tipo de agendamento. A Secretaria de Saúde orienta, no entanto, a apresentação de documento de identidade com foto. Além disso, é recomendado levar a caderneta de vacinação, se tiver. 

As doses indicadas por idade estão disponíveis na página: www.campinas.sp.gov.br/sites/vacina/idade-e-grupos. Quem tiver dúvidas sobre a ligação pode acionar o 156 para esclarecimentos.

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