LIGA DA JUSTIÇA

PF, PM, Polícia Civil e GM se unem contra crime organizado

Agentes das forças de segurança recebem treinamento especial para enfrentar situações críticas

Alenita Ramirez/ [email protected]
05/05/2024 às 11:28.
Atualizado em 05/05/2024 às 11:28
O primeiro treinamento ocorreu na sexta-feira pela manhã com a participação de policiais do 1º Baep (Rodrigo Zanotto)

O primeiro treinamento ocorreu na sexta-feira pela manhã com a participação de policiais do 1º Baep (Rodrigo Zanotto)

As forças de segurança de Campinas iniciaram um plano integrado para intensificar o combate ao crime organizado na região. A operação começa com a criação de um grupo de policiais federais, militares, civis e guardas municipais que receberão treinamentos específicos para enfrentar grupos criminosos. Os exercícios conjuntos têm como objetivo aprimorar técnicas de armamento, capacidades e habilidades operacionais.

O primeiro treinamento, coordenado pela Polícia Federal (PF), ocorreu ontem pela manhã com a participação de policiais do 1º Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep) em uma rua no Aeroporto Internacional de Viracopos. A simulação, que durou cerca de dez minutos, simulou um ataque a um carroforte. "Estamos implantando treinamentos periódicos para responder a incidentes críticos", afirmou o delegado-chefe da PF, Edson Geraldo de Souza.

O planejamento dos exercícios começou há mais de 30 dias, envolvendo a Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal. O próximo exercício será com o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, simulando um assalto a banco. Em data a ser definida, a Guarda Municipal também participará de um exercício de invasão a uma área restrita. "Após os treinamentos, vamos nos reunir para avaliar a resposta a cada evento. O objetivo é capacitar cada vez mais as forças de segurança para responder a incidentes críticos", explicou Souza, destacando que os treinamentos visam demonstrar à sociedade e aos criminosos a capacidade das forças de segurança de atuar de forma integrada.

Segundo o chefe da PF em Campinas, o exercício integrado é uma medida contra incidentes críticos no aeroporto de Viracopos e no entorno da cidade, incluindo casos de distúrbios civis, como a invasão de locais por multidões.

No total, 60 profissionais de segurança participaram do planejamento e execução do simulado de ataque a blindados. O treinamento envolveu dois carros-fortes de uma empresa de valores e dois veículos descaracterizados que simularam carros de criminosos. Dez policiais, entre federais e militares, atuaram como criminosos fortemente armados.

Na simulação, os criminosos encapuzados, vestindo coletes à prova de balas e armados com fuzis e metralhadoras, interceptaram os blindados que partiam de Viracopos em direção à Rodovia Santos Dumont. Os vigilantes acionaram de imediato sua central e relataram o ataque. Eles foram instruídos a parar os veículos e não reagir. Os criminosos desceram dos veículos, deixando apenas os motoristas preparados para dar fuga aos comparsas.

A ação aproximou-se da realidade, com troca de tiros de festim e uso de granadas. Assim que a central da empresa comunicou a polícia, equipes do Baep chegaram ao local e conseguiram evitar a fuga dos criminosos e capturar o grupo. "A Polícia Militar, aqui em Campinas e no estado de São Paulo, está preparada e tem condições de reagir e fazer frente a qualquer tipo de criminalidade, até mesmo a criminalidade ultraviolenta", enfatizou o capitão do 1º Baep, Alexandre Antunes Ribeiro.

O simulado foi realizado na Rua Concorde, em frente ao Bolsão de Estacionamento F, próximo à base da 1ª Companhia do 47º Batalhão da Polícia Militar do Interior 2 (BPMI). Para garantir a segurança, faixas de aviso foram colocadas nos arredores da área do exercício. O evento contou com a participação da Polícia Federal, do Baep, da Polícia Civil, da Polícia Militar Rodoviária, da Guarda Municipal, da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) e de funcionários da Concessionária Aeroportos Brasil Viracopos.

O Aeroporto Internacional de Viracopos foi escolhido como o primeiro local da simulação devido a seu histórico de ações criminosas de grande impacto. Em 2015, um grupo armado invadiu o terminal de cargas e levou cerca de R$ 11 milhões em processadores de telefones celulares.

Em 2018, um grupo de pelo menos cinco homens armados com fuzis invadiu o pátio do terminal de cargas e roubou um malote com aproximadamente US$ 5 milhões em espécie. O dinheiro fazia parte da carga de um voo da Lufthansa com destino a Zurique, Suíça.

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