Emprego

Na semana em que foi celebrado o Diado Trabalho, dados recentes foram divulgados pelo IBGE e peloMinistério do Trabalho,mostrando o cenário do emprego nopaís. Osdados da PesquisaNacional por Amostra deDomicíliosContínua (PNAD Contínua,divulgada pelo IBGE) e doCadastro Geral de Empregados eDesempregados (Caged, doMinistério do Trabalho) permitem analisarmos as tendências atuais e os desafios persistentesna economia dopaís.

Desocupação

APNADContínua indica que a taxade desocupaçãonoBrasil atingiu 7,9%nos primeiros três meses de 2024, registrando um pequeno aumento em relação ao trimestre anterior (que registrava 7,4%),mas queda na comparaçãocom o primeiro trimestrede 2023,quando a taxa de desocupação era de 8,8%.Os números sugerem um leve desaquecimento da atividade econômica, emboranão seja raro que o primeiro trimestre do ano sejamais "morno" em relação ao anterior.

FRASE

"O trabalho é uma necessidade para o homem. Foi o homem quem inventou o despertador." 

Pablo Picasso, pintor espanhol 

Desocupação 2

A população desocupada atingiu 8,6 milhões de pessoas, com crescimento de 6,7% (542 mil pessoas) no trimestre. A população ocupada é de 100,2 milhões de pessoas, com redução de 0,8% em relação ao trimestre anterior (menos 782 mil pessoas ocupadas) e o nível atual de ocupação é equivalente a 57% das pessoas com mais de 14 anos. Além disso, o número de pessoas subocupadas ou subutilizadas aumentou em 489 mil pessoas no primeiro trimestre.

Caged

Por outro lado, o Caged mostra um crescimento expressivo no número de empregos formais criados no primeiro trimestre de 2024, com destaque para o setor de serviços, que liderou a geração de vagas. Foram 719 mil vagas de emprego formais criadas no primeiro trimestre de 2024. Somente no mês de março, foram 244 mil postos com carteira assinada criados (já considerando o saldo líquido entre contratações e demissões).

Caged 2

Este foi o melhor resultado para um mês de março desde 2020, início da série do novo Caged (antes de 2020, o Caged era calculado com outra metodologia e os valores não são diretamente comparáveis). Os dados do Caged são relevantes para a economia, especialmente pela concentração no setor de serviços. De cada 5 novos empregos criados, 3 foram no setor de serviços.

Serviços

O setor de serviços é o principal da economia brasileira em termos de participação no PIB, sendo responsável por R$ 67,40 de cada R$ 100,00 produzidos na atividade econômica no país em 2023. Assim, o aquecimento do setor de serviços, indicado pelo volume de contratações é um bom sinal para a atividade econômica em geral. Além disso, o setor de serviços é normalmente mais estável e menos suscetível a choques externos do que a indústria e a agropecuária. 

Rendimentos

Outra boa notícia é o aumento do rendimento real habitual a partir do trabalho, que atingiu R$ 3.123 segundo a medição da PNAD. Esse valor é 1,5% maior do que o rendimento médio do trimestre anterior (último de 2023) e 4,0% maior do que o rendimento médio de um ano atrás (primeiro trimestre de 2023). Esse é um indicativo de que os empregos criados podem estar oferecendo melhores condições do que os empregos perdidos.

Informalidade

Contudo, apesar dessas melhorias, o mercado de trabalho ainda enfrenta desafios. A taxa de informalidade, embora tenha apresentado leve redução, ainda compreende grande parte da força de trabalho. São 38,9 milhões de trabalhadores informais (38,9% da população ocupada). Isso é preocupante, pois trabalhadores informais não têm acesso a benefícios trabalhistas e de seguridade social, tornando-se mais vulneráveis.

Crescimento

O aumento da renda média e o avanço no número de empregos formais são boas notícias, porém para atingirmos uma situação de crescimento econômico robusto precisamos ir além. Tanto os rendimentos médios do trabalho como a taxa de formalidade ainda estão em níveis muito baixos. Crescimentos significativos só virão com melhoria do ambiente de negócios e maior investimento.