EDITORIAL

Ecce Homo, a maior lição de todos os tempos

Do Correio Popular
14/04/2022 às 18:53.
Atualizado em 15/04/2022 às 11:52
Pôncios Pilatos disse "Eis o Homem", e a frase e a cruz irão se fundir para a eternidade (Divulgação)

Pôncios Pilatos disse "Eis o Homem", e a frase e a cruz irão se fundir para a eternidade (Divulgação)

"Eis o Homem"! Essa frase simples se transformou no símbolo do Cristianismo. Pôncio Pilatos a pronunciou sem sequer saber o que estava dizendo. Os romanos a registraram como uma lápide eterna. "Eis o Homem", a frase e a cruz irão se fundir para a eternidade. Ao dizer "Eis o Homem" diante daquela população desvairada, louca e descontrolada, Pilatos apresentou um Cristo desprovido de glórias, humilhado, sofrido e desfigurado. Um Deus Verdadeiro na maior lição de todos os tempos. Humilhação, nós humanos não aceitamos. O Filho do Deus Vivo foi subjugado, cuspido, escarrado, apanhou e sofreu o maior flagelo que um ser humano pode suportar. Foram horas de açoite, noite adentro, até o raiar do sol. O Cristo não somente levou socos, bofetadas, chutes e pontapés. Isso era pouco para a máquina romana de punição. Chicotes perfurantes arrancaram a Sua pele. Outros mais pontiagudos dilaceraram Suas costas e ventre. Isso em meio a todo tipo de baixeza humana. O sangue Lhe era arrancado a cada pancada dilacerante. Pele, carne e sangue se fundiam em uma pasta sub-humana. Apanhado no rosto inchado e sem emitir a luz brilhante da Transfiguração, ainda assim sofre o último castigo desnecessário. A coroa de espinhos - que mãos tolas puderam trançar algo tão horrendo? Em seu rosto desfigurado, puro tumor de sangue, massa bruta de flagelo, desce da cabeça à testa a famigerada coroa enterrada. A essa altura a dor já está sublimada.

Trôpego, quase arrastado, segue Cristo Jesus de volta à Poncio Pilatos. "Ecce Homo", diz ele querendo se livrar do sangue do Justo. Mas a turba enlouquecida não compreende a mensagem do governador romano. Quer mais sangue. Daquele que pouco tem a oferecer. No flagelo, Cristo Jesus perdeu litros de sangue. Mas o povo ensandecido queria mais. Aquele Homem sofrido era pouco para a visão hedionda do povo. Pilatos ainda ofereceu um assaltante que roubava sem matar em troca do Cristo severamente açoitado. Entretanto, o povo, novamente manipulado, preferiu ver solto Barrabás. Se Pilatos tivesse oferecido Dimas e Gestas - os latrocidas que matavam para roubar - quem sabe o povo pensasse diferente, mas esses já estavam apenados com a cruz. O destino os colocou ao lado do Cristo. E ainda reservou a Dimas, o maior exemplo da misericórdia de Deus de todos os tempos.

Pilatos, ele sim subjugado, agora, lavou as mãos. E se retirou diante do Homem que ele apresentou rico de humildade: Ecce Homo. Aquele trôpego, machucado, dilacerado, corrompido, flagelado, destruído, sem rosto, uma massa de brutalidade, sim, era o Homem, o Senhor Deus! O único e verdadeiro Deus. A Cruz só foi o símbolo final, o Deus humano morreu antes, sobreviveu somente para entregar o Seu Espírito!
 

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