BOXE PROFISSIONAL

Campineiro sobe ao ringue pelo título continental

Mateus Munhoz desafia venezuelano pelo cinturão na categoria peso-pesado no próximo dia 6, em São Paulo

Esportes Já
25/03/2024 às 15:29.
Atualizado em 25/03/2024 às 15:29
Mateus Munhoz fará o seu terceiro combate internacional na carreira (Divulgação)

Mateus Munhoz fará o seu terceiro combate internacional na carreira (Divulgação)

Alvo de bullying em razão de uma disfunção na fala, o adolescente Mateus reagia contra seus agressores partindo para a briga. Hoje, bater faz parte de sua profissão. No próximo dia 6 de abril, Mateus Munhoz fará a luta mais importante de sua carreira no boxe. O campineiro vai duelar contra o venezuelano Luis Marin pelo título continental peso-pesado da UBO (Universal Boxing Organization). O confronto fará parte do evento promovido pela Arnold Sports – Festival South America, no Expo Center Norte, em São Paulo.

Mateus alcançou a condição de brigar pelo cinturão depois de vencer o também venezuelano Willians Ocando, no dia 16 de dezembro do ano passado, no Raposo Shopping. Ocando, na ocasião, era o segundo colocado no ranking venezuelano e perdeu a posição para Marin, que recentemente ganhou uma luta na Alemanha. O técnico Márcio Ribeiro destaca a importância do confronto do próximo dia 6.

“Esta luta tem um alcance gigantesco. A vitória será muito importante para nós, no que diz respeito à progressão da visibilidade do Munhoz no esporte”, afirma Ribeiro. “Estamos muito bem preparados para este confronto. Nosso progresso é constante e diário e posso afirmar que o Munhoz se encontra hoje em sua melhor forma física e técnica”, completa o treinador. “Até o dia da luta, em São Paulo, sigo me dedicando ainda mais, com o propósito firme de conquistar o título”, diz o atleta de 28 anos, 1,93m e 109kg. Segundo colocado no ranking brasileiro, o pugilista já fez duas lutas internacionais na carreira.

Munhoz é treinado por Ribeiro no Projeto Arte da Luta, em Mogi Mirim, há cerca de três anos. O campineiro procurou o espaço na ocasião em que projetou se tornar um pugilista profissional. O plano foi resultado de sua entrega ao boxe desde que conheceu o esporte na adolescência ao se envolver em um projeto social da Igreja do Nazareno no distrito de Sousas, em Campinas. “Na época em que eu partia para a briga contra os meninos que zombavam de mim, o pastor disse que iria começar um projeto de luta. Aí eu quis conhecer”, lembra.

Em Mogi Mirim, as atividades começaram de forma remota e apenas uma vez por semana Munhoz se deslocava de Sousas até a academia. “Foi dessa forma que ele fez sua primeira luta com a gente, ganhou e se tornou um pugilista profissional”, lembra Ribeiro. Hoje, morando em Mogi Mirim, o lutador treina seis vezes por semana em dois períodos por dia no espaço que existe há 10 anos.

PROJETO SOCIAL

A academia Arte da Luta é um projeto social que atua no sentido de oferecer uma oportunidade a jovens carentes e formar lutadores profissionais. Ribeiro, que está à frente da ação, diz que o espaço é uma fábrica de pugilistas.

“Aqui temos dez lutadores profissionais, inclusive o tricampeão brasileiro pelo Conselho Mundial de Boxe, Pedro Guilherme, o Magrelo”, relata, destacando que a academia possui títulos nacionais e internacionais, apesar de sobreviver com dificuldades.

“Preparador físico, nutricionista, médico, fisioterapeuta são todos frequentadores do projeto e trabalham voluntariamente”, conta, ressaltando que hoje 100 jovens são atendidos no local. “O espaço é simples, como convém a qualquer academia de boxe, pois com ar condicionado não formamos campeões”, define. “São cerca de 300 metros quadrados com um ringue profissional e uma academia para preparação física básica”, relata. “Todos os equipamentos são resultados de doações.”

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