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RMC acumula mais de 100 mil casos de dengue e 34 óbitos

Outras 66 mortes estão em investigação; Campinas é a cidade com o maior número de vitimas fatais, 16

Eliane Santos/ [email protected]
03/05/2024 às 08:43.
Atualizado em 03/05/2024 às 08:43
Campinas vive atualmente a pior epidemia de sua história, com 71.750 notificações desde o início do ano; levantamento da Saúde municipal indica que 80% dos criadouros estão dentro das residências, portanto é importante evitar acúmulo de água parada em casa e aceitar a visita dos agentes de combate à dengue para uma vistoria completa (Rodrigo Zanotto)

Campinas vive atualmente a pior epidemia de sua história, com 71.750 notificações desde o início do ano; levantamento da Saúde municipal indica que 80% dos criadouros estão dentro das residências, portanto é importante evitar acúmulo de água parada em casa e aceitar a visita dos agentes de combate à dengue para uma vistoria completa (Rodrigo Zanotto)

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) ultrapassou os 100 mil casos de dengue e atingiu o número de 34 vítimas fatais com a confirmação de novos óbitos em cinco cidades, Artur Nogueira, Itatiba, Jaguariúna, Santo Antônio de Posse e Sumaré. O Painel de Monitoramento do governo do Estado de São Paulo registrava na quinta-feira (2) 104.561 notificações nas 20 cidades da RMC. São investigadas ainda 66 mortes e há 132 casos em que a doença evoluiu para a forma grave.

Campinas, que confirmou mais duas mortes na última terça-feira, já contabiliza 16 óbitos pela doença desde o começo do ano e enfrenta a sua pior epidemia desde 1998, quando teve início a série histórica. Pelo Painel de Monitoramento de Arboviroses da Secretaria Municipal de Saúde, já são 71.750 notificações. Santo Antônio de Posse, que tem apenas 492 casos de dengue, teve a sua quinta morte confirmada, sendo a segunda cidade com mais números de óbitos na RMC. A vítima morreu no dia 9 de março.

No último dia 30, Sumaré teve o registro do segundo caso fatal na cidade. Trata-se de um homem de 44 anos, que tinha comorbidades. Ele estava internado no Hospital Estadual de Sumaré e faleceu no dia 2 de abril. O primeiro registro de morte foi de outro homem, de 63 anos, morador na região do Picerno. Ele tinha comorbidades e estava internado no Hospital Municipal de Nova Odessa. O homem faleceu no dia 8 de abril. Ao todo, a cidade acumula 2.569 notificações de dengue neste ano.

Jaguariúna, que tinha um óbito, confirmou na quinta-feira (2) ao Correio Popular, via assessoria de imprensa, a segunda morte. A notificação é de um homem de 67 anos. Ele faleceu em 3 de abril, tinha comorbidades, estava internado em um hospital local e era morador do bairro São José. A primeira vítima no município foi do sexo feminino. O total de casos na cidade é de 4.828.

Itatiba também registrou nos últimos dias mais dois casos fatais, elevando para três as vítimas da doença provocada pelo mosquito Aedes aegypti. Uma jovem de apenas 15 anos faleceu no dia 23 de março e um homem de 65 anos foi a óbito no dia 11 do mesmo mês. Em Itatiba são 3.542 casos.

Artur Nogueira, que concentra 6.603 casos, também soma duas mortes. De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura da cidade, o caso estava sendo investigado pelo Instituto Adolfo Lutz e trata-se de um homem de 32 anos. A morte ocorreu no dia 17 de abril na Santa Casa de Misericórdia de Cosmópolis.

As outras cidades com notificação de óbitos na RMC são Americana (2), Santa Bárbara D´Oeste (1) e Vinhedo (1), que não registrava mortes pela doença há 9 anos. Ou seja, a dengue fez vítimas fatais em nove dos 20 municípios que compõem a região. 

MORTES EM CAMPINAS

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou as duas últimas mortes por dengue no dia 30 de abril. As vítimas morreram entre 28 de março e 8 de abril elevando para 16 o número de vítimas fatais na cidade. Trata-se de uma mulher de 74 anos, com comorbidades, moradora da área de abrangência do Centro de Saúde (CS) do Costa e Silva. Ela foi atendida na rede privada. O início dos sintomas foi no dia 25 de março e a morte aconteceu no 28 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 1.

A segunda morte é de um homem, de 83 anos, com comorbidades, morador da área de abrangência do CS Taquaral. Ele foi atendido na rede privada após o início dos sintomas em 3 de abril. O homem faleceu cinco dias depois. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 3.

Como em todas as situações de casos confirmados, as medidas preconizadas foram desencadeadas oportunamente na região. Foram realizados controle de criadouros, busca ativa de pessoas com sintomas e nebulização.

Levantamento das secretarias municipal e estadual de Saúde indicam que 80% dos criadouros estão dentro das casas. Por isso, é importante que cada cidadão cuide de seu espaço e permita a entrada dos agentes de saúde, pois quase metade dos espaços não é acessada pelos profissionais por estarem fechados, desocupados ou em razão de impedimento dos moradores.

ORIENTAÇÕES

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico e tratamento. É importante não desprezar ou minimizar possíveis sintomas, assim como não se automedicar. Entre os sinais febre, aparecimento de manchas e dor no corpo. Quem apresentar tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio médico.

A dengue é uma doença que faz a pessoa desidratar mesmo quando não tem perdas aparentes, como vômito e diarreia. Por isso, é preciso beber soro de reidratação oral e água nos volumes indicados por orientações médicas para evitar complicações. É importante que o paciente passe por avaliação clínica, tenha a pressão arterial medida e siga as recomendações recebidas, como ingerir por volta de 60 ml por quilo de peso.

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